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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Vida consagrada nasce da escuta da Palavra de Deus, diz Papa.

No segundo dia da visita do Papa Bento XVI a Madri, na Espanha, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o Santo Padre se encontrou com jovens religiosas do Mosteiro da cidade de São Lourenço de El Escorial e agradeceu a fidelidade de cada uma, à vocação que elas receberam.
"Cada carisma é uma palavra evangélica que o Espírito Santo recorda à sua Igreja (cf. Jo 14, 26). Não é em vão que a vida consagrada «nasce da escuta da Palavra de Deus e acolhe o Evangelho como sua norma de vida", ressaltou.
Bento XVI refletiu sobre a radicalidade evangélica como um testemunho de vida diante do relativismo da sociedade atual.
"A radicalidade evangélica é estar «enraizados e edificados em Cristo, e firmes na fé» (cf. Col 2, 7), que, na vida consagrada, significa ir à raiz do amor a Jesus Cristo com um coração indiviso, sem nada antepor a esse amor".
Recordando suas palavras na mensagem para esta JMJ, o Santo Padre afirmou que o mundo vive uma espécie de "eclipse de Deus", uma "amnésia" ou até mesmo "rejeição do cristianismo e uma negação do tesouro da fé recebida, com o risco de se perder a própria identidade profunda".
Diante dessas circunstâncias, o encontro pessoal com Cristo, que alimenta a vida consagrada adquire uma especial relevância e "deve revelar-se, com toda a sua força transformadora".

Radicalidade evangélica

Bento XVI explicou que a radicalidade evangélica se exprime "na missão que Deus vos quis confiar". "Desde a vida contemplativa que, na própria clausura, acolhe a Palavra de Deus em silêncio eloquente e adora a sua beleza na solidão por Ele habitada, até aos mais diversos caminhos de vida apostólica, em cujos sulcos germina a semente evangélica na educação das crianças e jovens, no cuidado dos doentes e idosos, no acompanhamento das famílias, no compromisso a favor da vida, no testemunho da verdade, no anúncio da paz e da caridade, no trabalho missionário e na nova evangelização, e em muitos outros campos do apostolado eclesial", explicou.
O Papa ressaltou que este é o "testemunho de santidade" a que Deus chama os consagrados. "Seguindo de perto e incondicionalmente Jesus Cristo na consagração, na comunhão e na missão. A Igreja precisa da vossa fidelidade jovem, arraigada e edificada em Cristo".
Após o encontro com as religiosas o Santo Padre se encontrou com jovens professores universitários na Basílica de São Lourenço de El Escorial, onde fez um discurso.


Fonte:
Canção Nova notícias

 

CERCO DE JERICÓ


A narrativa de Js 6 é uma estratégia guerreira, bem estranha para os padrões bélicos, porém. Trata-se de uma profissão de fé de que é o Senhor que vence as batalhas, ele dá a vitória ao seu povo. Este ponto será reforçado em todos os níveis da tradição dos escritos bíblicos. Encontramos o mesmo espírito na batalha contra os Amalecitas (Ex 17,8-13), na vitória de Gedeão (Jz 7). Os salmos são fecundos em referências à confiança em Deus como caminho para a vitória. Os profetas insistirão para que os reis de Israel não procurem segurança na Assíria o no Egito, mas no somente no Senhor (Is 7,9).
No novo Testamento a obediência à palavra de Jesus tem o mesmo efeito: o fato extraordinário (Lc 5,1-11). A fé é a atitude adequada para o ser humano que precisa de uma intervenção divina. Esta fé é acompanhada pela súplica, que deve ser perseverante.
A teologia paulina tem seu fundamento na ação gratuita de Deus, que muda o coração do homem ímpio e o faz justo pelo simples fato dele crer, sem nenhuma ação adicional. O homem não precisa, nem deve confiar em prerrogativas de nenhum gênero, o que interessa é sua entrega confiante a Jesus Cristo. Ao ser humano restam duas possibilidades: viver para si mesmo ou viver para Deus (Gl 2,19), confiar “na carne” ou em Jesus Cristo.
 Como poderíamos atualizar este mesmo espírito de confiança? Pelo que colhemos dos textos bíblicos vemos que não é necessário repetir o ritual do cerco de Jericó. Toda oração confiante, em si mesma, reflete o espírito do “cerco de Jericó”. É claro que não é proibido fazer o cerco de Jericó.
Seria conveniente ver o terreno no qual foi retomando este ritual, dado que pode ter atrás de si uma teologia paralela às celebrações que a Tradição nos presenteou. A referência à oração do Rosário na Polônia por ocasião da primeira visita do Papa João Paulo II não fundamenta o que vemos hoje. Ademais, estamos em tempos de um misticismo exacerbado, com espírito novidadeiro. Não justifica fazer algo porque as pessoas gostam; é preciso discernimento, reflexão espiritual profunda. Não concedamos nada por superficialidade.
Renovemos em nós e ajudemos os cristãos a focar o centro: Jesus Cristo, o Messias crucificado para nossa salvação e ressuscitado para nossa justificação. A ele a glória para sempre. Amém.



20º. DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO A)


ITRODUÇÃO

1ª. Leitura: Is 56,1.6-7: Os estrangeiros poderão oferecer sacrifícios no altar da casa do Senhor, pois ela será casa de oração para todos os povos. Esta é a premissa do universalismo da salvação: a todos serão abertas às portas da amizade com o Deus vivo e verdadeiro.

Sl 66/67:

2ª. Leitura: Rm 11,13-15.29-32: Os Judeus não acolheram o Messias crucificado. Deus usou seu endurecimento para ser ocasião para a pregação aos pagãos (não judeus). Deus tudo transforma!

Mt 15,21-28: A pedagogia para tornar-se discípulo: perceber que tudo é dom, não temos diretos diante de Deus.

COMENTÁRIO

Todas as leituras são testemunhas do UNIVERDALISMO da destinação da salvação. Seria um contra-senso um Deus segregador. Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade.
Jesus leva a Cananéia a fazer o caminho do discipulado. Ela pede uma intervenção em favor de sua filha. Jesus se cala. Os discípulos falam (falam demais!). Ela insiste. Jesus dá o primeiro fora: “vim para as ovelhas perdidas da casa de Israel”. “Socorre- me”, ela insiste. Não posso tirar dos judeus para dar aos pagãos! Os pagãos não se importam de ser operários da última hora, ou o filho que depois de ter dito não volta atrás. Aquela pagã teve o que era necessário para ter acesso à graça de Jesus: a fé.
“Os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos filhos”. Não temos direitos junto a Deus. Somos todos expectadores das milhas. É por pura misericórdia que somos convidados ao Banquete.
O ponto central é a questão: o que é necessário para comer, ainda que migalhas, do pão vivo que é Jesus? Basta a fé. A fé de que fala Paulo, a obediência da fé, a entrega confiante a Deus. Não se entra em comunhão com Deus pelo fato de ser circuncidado, mas por crer em Jesus. Todos estão na mesma condição diante da salvação!
Quando Jesus mostra que o templo, como lugar do encontro com Deus, ficou obsoleto, ele usa a citação: “minha será casa de oração para todos os povos”. Jesus é a casa de Deus. Nele encontramos Deus. Nem é por acaso que o véu do templo se rasga com sua morte. Em Cristo, o Santo dos Santos é acessível ao ser humano.


PARA VIVER A PALAVRA

Como está a obediência da minha fé?

1. Não confiar na carne: nenhuma prerrogativa é validade diante de Deus (Fl 3,4-11)
2. Vinde comprar e comer sem pagar!
3. Não há mais distinção entre judeu e pagão. O muro de separação foi demolido por Cristo. Paulo gastou sua vida anunciando isso.
4. A ação de Deus vai além dos muros das nossas igrejas.
5. Tudo é graça!

Senhor, que a minha fé seja tolerante sem deixar de ser cheia de verdade. Amém.



domingo, 14 de agosto de 2011

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA A XXVI JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

Queridos amigos!

Penso com frequência na Jornada Mundial da Juventude de Sidney de 2008. Lá vivemos uma grande festa da fé, durante a qual o Espírito de Deus agiu com força, criando uma comunhão intensa entre os participantes, que vieram de todas as partes do mundo. Aquele encontro, assim como os precedentes, deu frutos abundantes na vida de numerosos jovens e de toda a Igreja. Agora, o nosso olhar dirige-se para a próxima Jornada Mundial da Juventude, que terá lugar em Madrid em Agosto de 2011. Já em 1989, poucos meses antes da histórica derrocada do Muro de Berlim, a peregrinação dos jovens fez etapa na Espanha, em Santiago de Compostela. Agora, num momento em que a Europa tem grande necessidade de reencontrar as suas raízes cristãs, marcamos encontro em Madrid, com o tema: «Enraizados e edificados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). Por conseguinte, convido-vos para este encontro tão importante para a Igreja na Europa e para a Igreja universal. E gostaria que todos os jovens, quer os que compartilham a nossa fé em Jesus Cristo, quer todos os que hesitam, que estão na dúvida ou não crêem n’Ele, possam viver esta experiência, que pode ser decisiva para a vida: a experiência do Senhor Jesus ressuscitado e vivo e do seu amor por todos nós.

Na nascente das vossas maiores aspirações!

1. Em todas as épocas, também nos nossos dias, numerosos jovens sentem o desejo profundo de que as relações entre as pessoas sejam vividas na verdade e na solidariedade. Muitos manifestam a aspiração por construir relacionamentos de amizade autêntica, por conhecer o verdadeiro amor, por fundar uma família unida, por alcançar uma estabilidade pessoal e uma segurança real, que possam garantir um futuro sereno e feliz. Certamente, recordando a minha juventude, sei que estabilidade e segurança não são as questões que ocupam mais a mente dos jovens. Sim, a procura de um posto de trabalho e com ele poder ter uma certeza é um problema grande e urgente, mas ao mesmo tempo a juventude permanece contudo a idade na qual se está em busca da vida maior. Se penso nos meus anos de então: simplesmente não nos queríamos perder na normalidade da vida burguesa. Queríamos o que é grande, novo. Queríamos encontrar a própria vida na sua vastidão e beleza. Certamente, isto dependia também da nossa situação. Durante a ditadura nacional-socialista e durante a guerra nós fomos, por assim dizer, «aprisionados» pelo poder dominante. Por conseguinte, queríamos sair fora para entrar na amplidão das possibilidades do ser homem. Mas penso que, num certo sentido, todas as gerações sentem este impulso de ir além do habitual. Faz parte do ser jovem desejar algo mais do que a vida quotidiana regular de um emprego seguro e sentir o anseio pelo que é realmente grande. Trata-se apenas de um sonho vazio que esvaece quando nos tornamos adultos? Não, o homem é verdadeiramente criado para aquilo que é grande, para o infinito. Qualquer outra coisa é insuficiente. Santo Agostinho tinha razão: o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Ti. O desejo da vida maior é um sinal do facto que foi Ele quem nos criou, de que temos a Sua «marca». Deus é vida, e por isso todas as criaturas tendem para a vida; de maneira única e especial a pessoa humana, feita à imagem de Deus, aspira pelo amor, pela alegria e pela paz. Compreendemos então que é um contra-senso pretender eliminar Deus para fazer viver o homem! Deus é a fonte da vida; eliminá-lo equivale a separar-se desta fonte e, inevitavelmente, a privar-se da plenitude e da alegria: «De facto, sem o Criador a criatura esvaece» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. Gaudium et spes, 36). A cultura actual, nalgumas áreas do mundo, sobretudo no Ocidente, tende a excluir Deus, ou a considerar a fé como um facto privado, sem qualquer relevância para a vida social. Mas o conjunto de valores que estão na base da sociedade provém do Evangelho — como o sentido da dignidade da pessoa, da solidariedade, do trabalho e da família — constata-se uma espécie de «eclipse de Deus», uma certa amnésia, ou até uma verdadeira rejeição do Cristianismo e uma negação do tesouro da fé recebida, com o risco de perder a própria identidade profunda.
Por este motivo, queridos amigos, convido-vos a intensificar o vosso caminho de fé em Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Vós sois o futuro da sociedade e da Igreja! Como escrevia o apóstolo Paulo aos cristãos da cidade de Colossos, é vital ter raízes, bases sólidas! E isto é particularmente verdadeiro hoje, quando muitos não têm pontos de referência estáveis para construir a sua vida, tornando-se assim profundamente inseguros. O relativismo difundido, segundo o qual tudo equivale e não existe verdade alguma, nem qualquer ponto de referência absoluto, não gera a verdadeira liberdade, mas instabilidade, desorientação, conformismo às modas do momento. Vós jovens tendes direito de receber das gerações que vos precedem pontos firmes para fazer as vossas opções e construir a vossa vida, do mesmo modo como uma jovem planta precisa de um sólido apoio para que as raízes cresçam, para se tornar depois uma árvore robusta, capaz de dar fruto.

Enraizados e fundados em Cristo

2. Para ressaltar a importância da fé na vida dos crentes, gostaria de me deter sobre cada uma das três palavras que São Paulo usa nesta sua expressão: «Enraizados e fundados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). Nela podemos ver três imagens: «enraizado» recorda a árvore e as raízes que a alimentam; «fundado» refere-se à construção de uma casa; «firme» evoca o crescimento da força física e moral. Trata-se de imagens muito eloquentes. Antes de as comentar, deve-se observar simplesmente que no texto original as três palavras, sob o ponto de vista gramatical, estão no passivo: isto significa que é o próprio Cristo quem toma a iniciativa de radicar, fundar e tornar firmes os crentes.
A primeira imagem é a da árvore, firmemente plantada no solo através das raízes, que a tornam estável e a alimentam. Sem raízes, seria arrastada pelo vento e morreria. Quais são as nossas raízes? Naturalmente, os pais, a família e a cultura do nosso país, que são uma componente muito importante da nossa identidade. A Bíblia revela outra. O profeta Jeremias escreve: «Bendito o homem que deposita a confiança no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. É como a árvore plantada perto da água, a qual estende as raízes para a corrente; não teme quando vem o calor, a sua folhagem fica sempre verdejante. Não a inquieta a seca de um ano; continua a produzir frutos» (Jr 17, 7-8). Estender as raízes, para o profeta, significa ter confiança em Deus. D’Ele obtemos a nossa vida; sem Ele não poderíamos viver verdadeiramente. «Deus deu-nos a vida eterna, e esta vida está em Seu Filho» (1 Jo 5, 11). O próprio Jesus apresenta-se como nossa vida (cf. Jo 14, 6). Por isso a fé cristã não é só crer em verdades, mas é antes de tudo uma relação pessoal com Jesus Cristo, é o encontro com o Filho de Deus, que dá a toda a existência um novo dinamismo. Quando entramos em relação pessoal com Ele, Cristo revela-nos a nossa identidade e, na sua amizade, a vida cresce e realiza-se em plenitude. Há um momento, quando somos jovens, em que cada um de nós se pergunta: que sentido tem a minha vida, que finalidade, que orientação lhe devo dar? É uma fase fundamental, que pode perturbar o ânimo, às vezes também por muito tempo. Pensa-se no tipo de trabalho a empreender, quais relações sociais estabelecer, que afectos desenvolver... Neste contexto, penso de novo na minha juventude. De certa forma muito cedo tive a consciência de que o Senhor me queria sacerdote. Mais tarde, depois da Guerra, quando no seminário e na universidade eu estava a caminho para esta meta, tive que reconquistar esta certeza. Tive que me perguntar: é este verdadeiramente o meu caminho? É deveras esta a vontade do Senhor para mim? Serei capaz de Lhe permanecer fiel e de estar totalmente disponível para Ele, ao Seu serviço? Uma decisão como esta deve ser também sofrida. Não pode ser de outra forma. Mas depois surgiu a certeza: é bem assim! Sim, o Senhor quer-me, por isso também me dará a força. Ao ouvi-Lo, ao caminhar juntamente com Ele torno-me deveras eu mesmo. Não conta a realização dos meus próprios desejos, mas a Sua vontade. Assim a vida torna-se autêntica.
Tal como as raízes da árvore a mantêm firmemente plantada na terra, também os fundamentos dão à casa uma estabilidade duradoura. Mediante a fé, nós somos fundados em Cristo (cf. Cl 2, 7), como uma casa é construída sobre os fundamentos. Na história sagrada temos numerosos exemplos de santos que edificaram a sua vida sobre a Palavra de Deus. O primeiro foi Abraão. O nosso pai na fé obedeceu a Deus que lhe pedia para deixar a casa paterna a fim de se encaminhar para uma terra desconhecida. «Abraão acreditou em Deus e isso foi-lhe atribuído à conta de justiça e foi chamado amigo de Deus» (Tg 2, 23). Estar fundados em Cristo significa responder concretamente à chamada de Deus, confiando n’Ele e pondo em prática a sua Palavra. O próprio Jesus admoesta os seus discípulos: «Porque me chamais: “Senhor, Senhor” e não fazeis o que Eu digo?» (Lc 6, 46). E, recorrendo à imagem da construção da casa, acrescenta: «todo aquele que vem ter Comigo, escuta as Minhas palavras e as põe em prática, é semelhante a um homem que construiu uma casa: Cavou, aprofundou e assentou os alicerces sobre a rocha. Sobreveio a inundação, a torrente arremessou-se com violência contra aquela casa e não pôde abalá-la por ter sido bem construída» (Lc 6, 47-48).
Queridos amigos, construí a vossa casa sobre a rocha, como o homem que «cavou muito profundamente». Procurai também vós, todos os dias, seguir a Palavra de Cristo. Senti-O como o verdadeiro Amigo com o qual partilhar o caminho da vossa vida. Com Ele ao vosso lado sereis capazes de enfrentar com coragem e esperança as dificuldades, os problemas, também as desilusões e as derrotas. São-vos apresentadas continuamente propostas mais fáceis, mas vós mesmos vos apercebeis que se revelam enganadoras, que não vos dão serenidade e alegria. Só a Palavra de Deus nos indica o caminho autêntico, só a fé que nos foi transmitida é a luz que ilumina o caminho. Acolhei com gratidão este dom espiritual que recebestes das vossas famílias e comprometei-vos a responder com responsabilidade à chamada de Deus, tornando-vos adultos na fé. Não acrediteis em quantos vos dizem que não tendes necessidade dos outros para construir a vossa vida! Ao contrário, apoiai-vos na fé dos vossos familiares, na fé da Igreja, e agradecei ao Senhor por a ter recebido e feito vossa!

Firmes na fé

3. «Enraizados e fundados em Cristo... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7). A Carta da qual é tirado este convite, foi escrita por São Paulo para responder a uma necessidade precisa dos cristãos da cidade de Colossos. Com efeito, aquela comunidade estava ameaçada pela influência de determinadas tendências culturais da época, que afastavam os fiéis do Evangelho. O nosso contexto cultural, queridos jovens, tem numerosas analogias com o tempo dos Colossenses daquela época. De facto, há uma forte corrente de pensamento laicista que pretende marginalizar Deus da vida das pessoas e da sociedade, perspectivando e tentando criar um «paraíso» sem Ele. Mas a experiência ensina que o mundo sem Deus se torna um «inferno»: prevalecem os egoísmos, as divisões nas famílias, o ódio entre as pessoas e entre os povos, a falta de amor, de alegria e de esperança. Ao contrário, onde as pessoas e os povos acolhem a presença de Deus, o adoram na verdade e ouvem a sua voz, constrói-se concretamente a civilização do amor, na qual todos são respeitados na sua dignidade, cresce a comunhão, com os frutos que ela dá. Contudo existem cristãos que se deixam seduzir pelo modo de pensar laicista, ou são atraídos por correntes religiosas que afastam da fé em Jesus Cristo. Outros, sem aderir a estas chamadas, simplesmente deixaram esmorecer a sua fé, com inevitáveis consequências negativas a nível moral.
Aos irmãos contagiados por ideias alheias ao Evangelho, o apóstolo Paulo recorda o poder de Cristo morto e ressuscitado. Este mistério é o fundamento da nossa vida, o centro da fé cristã. Todas as filosofias que o ignoram, que o consideram «escândalo» (1 Cor 1, 23), mostram os seus limites diante das grandes perguntas que habitam o coração do homem. Por isso também eu, como Sucessor do apóstolo Pedro, desejo confirmar-vos na fé (cf. Lc 22, 32). Nós cremos firmemente que Jesus Cristo se ofereceu na Cruz para nos doar o seu amor; na sua paixão, carregou os nossos sofrimentos, assumiu sobre si os nossos pecados, obteve-nos o perdão e reconciliou-nos com Deus Pai, abrindo-nos o caminho da vida eterna. Deste modo fomos libertados do que mais entrava a nossa vida: a escravidão do pecado, e podemos amar a todos, até os inimigos, e partilhar este amor com os irmãos mais pobres e em dificuldade.
Queridos amigos, muitas vezes a Cruz assusta-nos, porque parece ser a negação da vida. Na realidade, é o contrário! Ela é o «sim» de Deus ao homem, a expressão máxima do seu amor e a nascente da qual brota a vida eterna. De facto, do coração aberto de Jesus na cruz brotou esta vida divina, sempre disponível para quem aceita erguer os olhos para o Crucificado. Portanto, não posso deixar de vos convidar a aceitar a Cruz de Jesus, sinal do amor de Deus, como fonte de vida nova. Fora de Cristo morto e ressuscitado, não há salvação! Só Ele pode libertar o mundo do mal e fazer crescer o Reino de justiça, de paz e de amor pelo qual todos aspiram.

Crer em Jesus Cristo sem o ver

4. No Evangelho é-nos descrita a experiência de fé do apóstolo Tomé ao acolher o mistério da Cruz e da Ressurreição de Cristo. Tomé faz parte dos Doze apóstolos; seguiu Jesus; foi testemunha directa das suas curas, dos milagres; ouviu as suas palavras; viveu a desorientação perante a sua morte. Na noite de Páscoa o Senhor apareceu aos discípulos, mas Tomé não estava presente, e quando lhe foi contado que Jesus estava vivo e se mostrou, declarou: «Se eu não vir o sinal dos cravos nas Suas mãos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e não meter a mão no Seu lado, não acreditarei» (Jo 20, 25).
Também nós gostaríamos de poder ver Jesus, de poder falar com Ele, de sentir ainda mais forte a sua presença. Hoje para muitos, o acesso a Jesus tornou-se difícil. Circulam tantas imagens de Jesus que se fazem passar por científicas e O privam da sua grandeza, da singularidade da Sua pessoa. Portanto, durante longos anos de estudo e meditação, maturou em mim o pensamento de transmitir um pouco do meu encontro pessoal com Jesus num livro: quase para ajudar a ver, a ouvir, a tocar o Senhor, no qual Deus veio ao nosso encontro para se dar a conhecer. De facto, o próprio Jesus aparecendo de novo aos discípulos depois de oito dias, diz a Tomé: «Chega aqui o teu dedo e vê as Minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no Meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente» (Jo 20, 27). Também nós temos a possibilidade de ter um contacto sensível com Jesus, meter, por assim dizer, a mão nos sinais da sua Paixão, os sinais do seu amor: nos Sacramentos Ele torna-se particularmente próximo de nós, doa-se a nós. Queridos jovens, aprendei a «ver», a «encontrar» Jesus na Eucaristia, onde está presente e próximo até se fazer alimento para o nosso caminho; no Sacramento da Penitência, no qual o Senhor manifesta a sua misericórdia ao oferecer-nos sempre o seu perdão. Reconhecei e servi Jesus também nos pobres, nos doentes, nos irmãos que estão em dificuldade e precisam de ajuda.
Abri e cultivai um diálogo pessoal com Jesus Cristo, na fé. Conhecei-o mediante a leitura dos Evangelhos e do Catecismo da Igreja Católica; entrai em diálogo com Ele na oração, dai-lhe a vossa confiança: ele nunca a trairá! «Antes de mais, a fé é uma adesão pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, e inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus» (Catecismo da Igreja Católica, n. 150). Assim podereis adquirir uma fé madura, sólida, que não estará unicamente fundada num sentimento religioso ou numa vaga recordação da catequese da vossa infância. Podereis conhecer Deus e viver autenticamente d’Ele, como o apóstolo Tomé, quando manifesta com força a sua fé em Jesus: «Meu Senhor e meu Deus!».

Amparados pela fé da Igreja para ser testemunhas

5. Naquele momento Jesus exclama: «Porque Me viste, acreditaste. Bem-aventurados os que, sem terem visto, acreditaram!» (Jo 20, 29). Ele pensa no caminho da Igreja, fundada sobre a fé das testemunhas oculares: os Apóstolos. Compreendemos então que a nossa fé pessoal em Cristo, nascida do diálogo com Ele, está ligada à fé da Igreja: não somos crentes isolados, mas, pelo Baptismo, somos membros desta grande família, e é a fé professada pela Igreja que dá segurança à nossa fé pessoal. O credo que proclamamos na Missa dominical protege-nos precisamente do perigo de crer num Deus que não é o que Jesus nos revelou: «Cada crente é, assim, um elo na grande cadeia dos crentes. Não posso crer sem ser motivado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para guiar os outros na fé» (Catecismo da Igreja Católica, n. 166). Agradeçamos sempre ao Senhor pelo dom da Igreja; ela faz-nos progredir com segurança na fé, que nos dá a vida verdadeira (cf. Jo 20, 31).
Na história da Igreja, os santos e os mártires hauriram da Cruz gloriosa de Cristo a força para serem fiéis a Deus até à doação de si mesmos; na fé encontraram a força para vencer as próprias debilidades e superar qualquer adversidade. De facto, como diz o apóstolo João, «Quem é que vence o mundo senão aquele que crê que Jesus é Filho de Deus?» (1 Jo 5, 5). E a vitória que nasce da fé é a do amor. Quantos cristãos foram e são um testemunho vivo da força da fé que se exprime na caridade; foram artífices de paz, promotores de justiça, animadores de um mundo mais humano, um mundo segundo Deus; comprometeram-se nos vários âmbitos da vida social, com competência e profissionalidade, contribuindo de modo eficaz para o bem de todos. A caridade que brota da fé levou-os a dar um testemunho muito concreto, nas acções e nas palavras: Cristo não é um bem só para nós próprios, é o bem mais precioso que temos para partilhar com os outros. Na era da globalização, sede testemunhas da esperança cristã em todo o mundo: são muitos os que desejam receber esta esperança! Diante do sepulcro do amigo Lázaro, morto havia quatro dias, Jesus, antes de o chamar de novo à vida, disse à sua irmã Marta: «Se acreditasses, verias a glória de Deus» (cf. Jo 11, 40). Também vós, se acreditardes, se souberdes viver e testemunhar a vossa fé todos os dias, tornar-vos-eis instrumentos para fazer reencontrar a outros jovens como vós o sentido e a alegria da vida, que nasce do encontro com Cristo!



10 conselhos de Bento XVI aos jovens

1) Conversar com Deus

"Algum de vós poderia talvez identificar-se com a descrição que Edith Stein fez da sua própria adolescência, ela, que viveu depois no Carmelo de Colônia: "Tinha perdido consciente e deliberadamente o costume de rezar". Durante estes dias (de Jornada Mundial da Juventude) podereis recuperar a experiência vibrante da oração como diálogo com Deus, porque sabemos que nos ama e, a quem, por sua vez, queremos amar".

2) Contar-lhe as penas e alegrias
"Abri o vosso coração a Deus. Deixai-vos surpreender por Cristo. Dai-lhe o 'direito de vos falar' durante estes dias. Abri as portas da vossa liberdade ao seu amor misericordioso. Apresentai as vossas alegrias e as vossas penas a Cristo, deixando que ele ilumine com a sua luz a vossa mente e toque com a sua graça o vosso coração.

3) Não desconfiar de Cristo
"Queridos jovens, a felicidade que buscais, a felicidade que tendes o direito de saborear, tem um nome, um rosto: o de Jesus de Nazaré, oculto na Eucaristia. Só ele dá plenitude de vida à humanidade. Dizei, com Maria, o vosso 'sim' ao Deus que quer entregar-se a vós. Repito-vos hoje o que disse no princípio de meu pontificado: Quem deixa entrar Cristo na sua vida não perde nada, nada, absolutamente nada do que faz a vida livre, bela e grande. Não! Só com esta amizade se abrem de par em par as portas da vida. Só com esta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só com esta amizade experimentamos o que é belo e o que nos liberta. Estai plenamente convencidos: Cristo não tira nada do que há de formoso e grande em vós, mas leva tudo à perfeição para a glória de Deus, a felicidade dos homens e a salvação do mundo".

4) Estar alegres: querer ser santos
"Para além das vocações de consagração especial, está a vocação própria de todo o batizado: também é esta uma vocação que aponta para um 'alto grau' da vida cristã ordinária, expressa na santidade. Quando encontramos Jesus e acolhemos o seu Evangelho, a vida muda e somos impelidos a comunicar aos outros a experiência própria (.). A Igreja necessita de santos. Todos estamos chamados à santidade, e só os santos podem renovar a humanidade. Convido-vos a que vos esforceis nestes dias por servir sem reservas a Cristo, custe o que custar. O encontro com Jesus Cristo vos permitirá apreciar interiormente a alegria da sua presença viva e vivificante, para testemunhá-la depois no vosso ambiente".

5) Deus: tema de conversa com os amigos
"São tantos os nossos companheiros que ainda não conhecem o amor de Deus, ou procuram encher o coração com sucedâneos insignificantes. Portanto, é urgente ser testemunhos do amor que se contempla em Cristo. Queridos jovens, a Igreja necessita autênticos testemunhos para a nova evangelização: homens e mulheres cuja vida tenha sido transformada pelo encontro com Jesus; homens e mulheres capazes de comunicar esta experiência aos outros".

6) No Domingo, ir à Missa
"Não vos deixeis dissuadir de participar na Eucaristia dominical e ajudai também os outros a descobri-la. Certamente, para que dela emane a alegria que necessitamos, devemos aprender a compreendê-la cada vez mais profundamente, devemos aprender a amá-la. Comprometamo-nos com isso, vale a pena! Descubramos a íntima riqueza da liturgia da Igreja e a sua verdadeira grandeza: não somos os que fazemos uma festa para nós, mas, pelo contrário, é o próprio Deus vivo que prepara uma festa para nós. Com o amor à Eucaristia redescobrireis também o sacramento da Reconciliação, no qual a bondade misericordiosa de Deus permite sempre que a nossa vida comece novamente".

7) Demonstrar que Deus não é triste
"Quem descobriu Cristo deve levar os outros para ele. Uma grande alegria não se pode guardar para si mesmo. É necessário transmiti-la. Em numerosas partes do mundo existe hoje um estranho esquecimento de Deus. Parece que tudo anda igualmente sem ele. Mas ao mesmo tempo existe também um sentimento de frustração, de insatisfação de tudo e de todos. Dá vontade de exclamar: Não é possível que a vida seja assim! Verdadeiramente não".

8) Conhecer a fé
"Ajudai os homens a descobrir a verdadeira estrela que nos indica o caminho: Jesus Cristo. Tratemos, nós mesmos, de conhecê-lo cada vez melhor para poder conduzir também os outros, de modo convincente, a ele. Por isso é tão importante o amor à Sagrada Escritura e, em consequência, conhecer a fé da Igreja que nos mostra o sentido da Escritura".

9) Ajudar: ser útil
"Se pensarmos e vivermos inseridos na comunhão com Cristo, os nossos olhos se abrem. Não nos conformaremos mais em viver preocupados somente conosco mesmo, mas veremos como e onde somos necessários. Vivendo e atuando assim dar-nos-emos conta rapidamente que é muito mais belo ser úteis e estar à disposição dos outros do que preocupar-nos somente com as comodidades que nos são oferecidas. Eu sei que vós, como jovens, aspirais a coisas grandes, que quereis comprometer-vos com um mundo melhor. Demonstrai-o aos homens, demonstrai-o ao mundo, que espera exatamente este testemunho dos discípulos de Jesus Cristo. Um mundo que, sobretudo mediante o vosso amor, poderá descobrir a estrela que seguimos como crentes".

10) Ler a Bíblia
"O segredo para ter um 'coração que entenda' é edificar um coração capaz de escutar. Isto é possível meditando sem cessar a palavra de Deus e permanecendo enraizados nela, mediante o esforço de conhecê-la sempre melhor. Queridos jovens, exorto-vos a adquirir intimidade com a Bíblia, a tê-la à mão, para que seja para vós como uma bússola que indica o caminho a seguir. Lendo-a, aprendereis a conhecer Cristo. São Jerônimo observa a este respeito: 'O desconhecimento das Escrituras é o desconhecimento de Cristo'".

Fonte:
http://destrave.cancaonova.com/10-conselhos-de-bento-xvi-aos-jovens/



















São Maximiliano Maria Kolbe

Celebramos a santidade de vida daquele que enriqueceu o mundo e a Igreja ao tornar-se apóstolo pela imprensa, cavaleiro da Imaculada Virgem Maria e mártir da caridade. Raimundo Kolbe nasceu em 1894, na Polônia, numa família operária que o introduziu no seguimento de Cristo e, mais tarde, ajudou-o entrar para a família franciscana, onde tomou o nome de Maximiliano Maria.
Ao ser mandado para terminar sua formação em Roma, Maximiliano, inspirado pelo seu desejo de conquistar o mundo inteiro a Cristo por meio de Maria Imaculada, fundou o movimento de apostolado mariano chamado 'Milícia da Imaculada'. Como sacerdote foi professor, mas em busca de ensinar o caminho da salvação, empenhou-se no apostolado através da imprensa e pôde, assim, evangelizar em muitos países, isto sempre na obediência às autoridades, tanto assim que deixou o fecundo trabalho no Japão para assumir a direção de um grande convento franciscano na Polônia.
Com o início da Segunda Grande Guerra Mundial, a Polônia foi tomada por nazistas e, com isto, Frei Maximiliano foi preso duas vezes, sendo que a prisão definitiva, ocorrida em 1941, levou-o para Varsóvia, e posteriormente, para o campo de concentração em Auschwitz, onde no campo de extermínio heroicamente evangelizou com a vida e morte. Aconteceu que diante da fuga de um prisioneiro, dez pagariam com a morte, sendo que um, desesperadamente, caiu em prantos:
"Minha mulher, meus filhinhos! Não os tornarei a ver!". Movido pelo amor que vence a morte, São Maximiliano Maria Kolbe dirigiu-se ao Oficial com a decisão própria de um mártir da caridade, ou seja, substituir o pai de família e ajudar a morrer os outros nove e, foi aceita, pois se identificou: "Sou um Padre Católico".
A 10 de Outubro de 1982, o Papa João Paulo II canonizou este seu compatriota, já beatificado por Paulo VI em 1971.
São Maximiliano Maria Kolbe, rogai por nós!

Fonte: cancaonova.com

Um modelo de súplica humilde e perseverante.

Depois de Jesus ter andado a espalhar pela Galileia junto dos Seus a chegada do Reino dos Céus, Ele decide-se a ir para terra estrangeira, para a região de Tiro e Sidônia, que fica ao norte da Galileia, atual Líbano, uma terra estrangeira, onde a maior parte das pessoas eram não judias, ao contrário da Galileia, onde quase todos eram judeus. Uma delas era esta mulher que foi ter com Jesus. Esta mulher, sem nome, o evangelista Marcos chama-a de siro-fenícia, Mateus diz que ela é cananeia. Os dois títulos têm o mesmo significado, ou seja, trata-se de uma mulher estrangeira.
Ela tinha uma filha endemoniada. A mãe não sabia mais o que fazer para livrar a pobre garota daquele sofrimento. O demônio não deixava a menina em paz em nenhum momento. A mãe da menina aproveitou que Jesus estava por ali, chegou e gritou: “Jesus tenha pena de mim! Minha filha está horrivelmente dominada por um demônio!” Ela conhecia o Senhor de nome e sabia que Ele era muito bom e tinha poder para mandar embora os demônios.
A princípio, Jesus Nazareno não falou nada nem fez nada. Também não parou de andar para dar atenção à mulher. Mas ela foi atrás d’Ele gritando: “Jesus, tenha pena de mim!” Os amigos de Jesus entenderam o sofrimento daquela mãe e pediram que o Senhor a mandasse embora. Jesus não mandou a mulher embora, mas fingiu que não iria atender o seu pedido. Para provar a fé daquela mulher, Ele disse que curava gente de Seu país, e não gente de outro país.
A mulher – movida por uma fé que ultrapassa a dos discípulos – grita a Jesus: “Tem compaixão de mim, Senhor, filho de Davi! Minha filha tem uma doença maligna”. Jesus não responde. Os discípulos, incomodados, dizem-lhe: “Manda-a embora, pois vem gritando atrás de nós”.
A mulher, porém, jogou-se aos pés de Jesus Cristo, clamando-Lhe: “Senhor, ajuda-me!” Jesus insiste em não querer envolver-se no caso de uma estrangeira: “Não está certo tirar o pão dos filhos, para jogá-lo aos cachorrinhos”. Ela, porém, apesar de reconhecer que não tem esse direito insiste na sua humilde “súplica”: “É verdade, Senhor, mas também os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos”. Então, o Senhor lhe respondeu: “Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres”. E, a partir daquela hora, a filha da cananeia ficou curada.
A mulher cananeia é um modelo de súplica humilde, como o centurião de Cafarnaum (Mt 8,5-13), e perseverante, como o cego Bartimeu (Mc 10,46-52). O centro do episódio é Jesus. Ele aparece livre, sereno, firme. No mesmo capítulo 15 de Mateus, Cristo se distancia das tradições dos escribas e fariseus. No episódio da cananeia, Ele é pressionado pelos próprios discípulos para que despeça a mulher inoportuna. Mas Jesus se deixa vencer pela súplica de uma mãe angustiada. Não são os gritos da cananeia que o comovem, mas a perseverança da sua fé. Por ser pagã, ela não teria direito, mas a sua filha foi curada por pura graça. Jesus realiza um gesto soberano e profético, que anuncia o acesso dos pagãos (chamados de “cães” pelos judeus) à salvação.
A insistência e ousadia da mulher cananeia fez com que Jesus atendesse seu pedido e com isso provou para todos que, em Deus, não há diferença entre cultura, cor, raça, credo ou região. Uma grande lição para levarmos para nossas vidas é que precisamos ter uma fé teimosa, insistente, chata, daquelas que chega a incomodar, que não desanima nunca, que não se frustra. Pois assim, quando Deus provar a nossa fé, conseguiremos manter-nos firmes e fiéis.
A perseverança da fé dessa mulher deve nortear também a sua. Insista que Jesus vai atendê-lo. A promessa é mesmo d’Ele: “Batei, e a porta se vos abrirá, buscai e achareis”.
Exercite sua fé na oração, na reflexão da Palavra e no testemunho de sua vida.  Aproveito também a ocasião deste dia festivo para felicitar aos pais pelo precioso dom da paternidade. Peço sobre eles a bênção de Deus, para que sejam cada vez mais modelos de súplica humilde e perseverante em favor de seus filhos.

Padre Bantu Mendonça

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

19º. DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO A)

ITRODUÇÃO

1ª. Leitura: 1Re 19,9.11-13: O profeta que foge de seus perseguidores encontra abrigo e companhia em Deus. Deus é sempre novo no seu modo de se fazer encontrar; naquele mesmo lugar veio com trovões para Moisés, agora numa suave brisa para Elias.

2ª. Leitura: Rm 9, 1-5: O mistério do endurecimento do coração. Paulo anseia pela conversão dos seus irmãos judeus, com quem Deus começou a história de salvação.

Mt 14,22-33: Jesus ora, caminha sobre as águas e vai ao encontro dos discípulos em apuros. Dos discípulos se requer a fé confiante.

COMENTÁRIO

Confiança e oração são os dois pólos da Palavra deste domingo. Jesus, que ressuscitado está à direita do Pai, está atento à barca da Igreja sobre o mar do mundo. Também o barquinho da nossa vida é cuidado por ele. Que são os ventos contrários? São as coisas que mexem conosco, que podem distrair nossos olhos de Jesus, da confiança nele. Cremos realmente que Ele está conosco? Ele prometeu e cumpre sua promessa: “estarei sempre convosco”.

A oração é o modo de tomar a mão que Jesus estendeu para Pedro e estende para nós. A oração é a alternativa para a preocupação e falta de paz. A oração alimenta a confiança em Deus, assegura a paz e ganha traquilidade para agir com sabedoria. Na oração acontece o encontro com Deus, como aconteceu com Elias. Na oração encontramos a luz para discernir as situações difíceis. Paulo entenderá que o endurecimento do seu povo foi “necessário” para que os pagãos fossem acolhidos na herança. A súplica de Pedro (Senhor, salva-me!) vê estendida a mão de Jesus. Como está tua oração? Quem não reza ou reza mal, perde o centro da vida, se dispersa nas ações.

A oração acende a confiança. A confiança nasce quando sei que o Poderoso me ama e se importa comigo. A confiança leva a viver em ação de graças, porque se sente cuidado, como uma criança no regaço de sua mãe. Como está tua confiança em Deus? Realmente o sente próximo? O pecado pode nos privar da percepção da paternidade de Deus. É preciso decididamente sair do pecado e entrar em Cristo, de outro modo estaremos cegos à presença de Deus na nossa vida, sentiremos sós.



PARA VIVER A PALAVRA

Que tal rezar e confiar mais?

1. Fazer ou reativar um planinho de vida espiritual, com horários e momentos de oração;
2. Conversar com Deus ao longo do dia;
3. Perceber Deus que nos fala sempre, de modo novo através dos fatos e pessoas;
4. Entender que nossas preocupações não resolvem nada e complicam nossa vida;
5. Reafirmar a fé de que Jesus está vivo e operante na sua Igreja e na nossa vida;
Olhai os pássaros do céu e os lírios do campo; o Pai cuida deles, não cuidará de nós?
Orai e vigiai!
Estai sempre alegres, orai sem cessar, por tudo dai graças.

Pe. José Otácio





domingo, 7 de agosto de 2011

18º. DOMINGO DO TEMPO COMUM (ANO A)

INTRODUÇÃO

1ª. Leitura: Is 55,1-3: O profeta apresenta o povo no exílio como pessoas cansadas, desestimuladas e sem esperança. De onde esperar? Da ação gratuita e poderosa de Deus. O Senhor convida à saciedade gratuita. O destaque é sobre o dom.

Sl 144 (145): É Deus quem nos sacia. Ele abre sua mão prodigamente.

2ª. Leitura: Rm 8,35.37-39: São Paulo partindo de sua experiência com Deus, certifica de que nada pode nos separar do amor de Deus, o amor manifestado em Cristo que por nós deu a vida. As dificuldades não só não têm poder de nos separar do amor de Deus, como são até ocasião para mais nos aproximar dele e sentir que dele dependemos radicalmente.

Mt 14,13-21: A multiplicação dos pães. Jesus sai do seu momento a sós para ir em socorro das pessoas que necessitam. Esta é a parábola da encarnação: Sendo Deus veio ao nosso deserto saciar nossa fome. Ele é o nosso Pão.

COMENTÁRIO

O princípio que rege A palavra de hoje é a abundância. Diante da atitude dos discípulos que dizem a Jesus: “Despede a multidão para que vão comprar comida”, Jesus lhes diz: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Onde está o milagre? Sobretudo na conversão dos discípulos que são convidados a sair da “cultura da falta”, para a “cultura da abundância”. O pouco com a vitalidade da graça que impulsiona a partilha e potencializa o dom, é capaz de nos surpreender. Há poucos pães e pouco amor, depois há muito amor e muitos pães.

Nós por nós mesmos não somos capazes de resolver o problema das nossas “fomes”, mas se confiarmos o nosso pouco à graça de Deus, sobretudo o nosso coração, ele fará maravilhas em nós e através de nós.

Não falta alimento no planeta, disso sabemos. Se Jesus multiplicasse a comida, mas não curasse nosso coração, nos encarregaríamos de nos apossar do que não é nosso deixando ainda pessoas com fome. Falta capacidade de confiar que pouco com Deus é muito, que a mentalidade de Deus deve nos tomar. A generosidade recebe do Senhor uma medida calcada, sacudida.

Esta solidariedade deve alcançar todos os campos da vida. Confiramos na cultura da abundância: abundância de perdão, de valorização dos outros, de amor verdadeiro. A cultura da falta é mesquinha, cheio de medidas e de cálculo. Esta palavra de hoje fala de gratuidade, de abundância de dom.

PARA VIVER A PALAVRA

Que tal entrarmos na cultura da abundância?

1. Não disputar aquela última vaga no estacionamento;
2. Não pagar um farol alto no trânsito com outro farol alto;
3. Não machucar ninguém por uma vaga no trabalho;
4. Não limitar o amor por causa de um orgulho ferido;
5. Não negar á ninguém uma ajuda que você pode dar;
6. ir além, sempre além.

Deus ama quem dá com alegria.
Quem semeia muito colhe muito.
A quem é generoso lhe será dado ainda mais.